Salivary parameters and teeth erosions in patients with gastroesophageal reflux disease / Parâmetros salivares e na erosão dentária na doença do refluxo gastroesofágico

CONTEXT: In the gastroesophageal reflux disease (GERD), a highly prevalent digestive disorder, gastric content may return to the esophagus and reach the mouth, thus leading to a small number of carious lesions and high incidence of dental erosion. Since saliva plays a major role in oral homeostasis, evaluating salivary parameters is necessary in attempting to explain such outcome. OBJECTIVES: This study aimed at analyzing salivary parameters (salivary flow, pH and buffering capacity), bacterial count, caries index and dental erosion in patients with GERD. MATERIALS: Sixty patients were studied, and of these, 30 had GERD (group 1), and 30 were controls (group 2). Gastroesophageal reflux disease diagnosis confirmation was achieved by means of endoscopy, manometry and pH metric esophageal monitoring. The above mentioned salivary parameters were evaluated in patients from groups 1 and 2. RESULTS: The number of erosions in patients with GERD (group 1) was larger than in controls (P<0.001). The number of carious teeth was smaller in group 1 than in group 2 (P<0.001). Salivary flow (non-stimulated and stimulated) and pH did not show differences between the 2 groups (P = 0.49; P = 0.80 and P = 0.85, respectively). Salivary buffering capacity in patients with GERD showed lower values in controls (P = 0.018). The number of bacteria (Lactobacilli and Streptococci) was smaller in patients with gastroesophageal reflux disease than in controls (P = 0.0067 and P = 0.0017, respectively). CONCLUSION: It was concluded that the large number of erosions must be a result of GERD patients reduced salivary buffering capacity. The reduced number of caries of patients in group 1 can be explained by the low prevalence of bacteria (Lactobacilli and Streptococci), observed in the saliva of patients with chronic reflux.

CONTEXTO: Na doença do refluxo gastroesofágico, afecção digestiva de elevada prevalência, o conteúdo gástrico pode retornar ao esôfago e atingir a cavidade oral, acarretando pequeno número de lesões cariosas e elevada incidência de erosões dentais. Sendo a saliva a principal responsável pela homeostase oral, a avaliação dos parâmetros salivares é imperiosa, numa tentativa de explicar este resultado. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi analisar os parâmetros salivares (fluxo, pH e capacidade tampão da saliva), contagem de bactérias, índice de cárie e erosão dental em pacientes com a doença do refluxo gastroesofágico. MÉTODOS: Foram estudados 60 pacientes, sendo 30 com a doença do refluxo gastroesofágico (Grupo 1) e 30 controles (Grupo 2). A confirmação do diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico foi realizada através de exames endoscópico, manométrico e pHmétrico do esôfago. Os parâmetros salivares assinalados foram realizados nos pacientes dos grupos 1 e 2. RESULTADOS: O número de erosões nos pacientes com a doença do refluxo gastroesofágico (grupo 1) foi mais elevado que nos controles (P<0,001). O número de dentes cariados foi menor no grupo 1 do que no grupo 2 (P<0,001). O fluxo salivar (não estimulado e estimulado) e o pH não apresentaram diferença nos dois grupos estudados (P = 0,49; P = 0,80 e P = 0,85, respectivamente). A capacidade de tampão salivar dos pacientes com a doença do refluxo gastroesofágico apresentou valores mais baixos que nos controles (P = 0,018). O número de bactérias (lactobacilos e estreptococos) foi menor nos pacientes com a doença do refluxo gastroesofágico do que nos controles (P = 0,0067 e P = 0,0017, respectivamente). CONCLUSÃO: Os autores concluem que o elevado número de erosões deve ser decorrente da reduzida capacidade tampão salivar dos pacientes com doença do refluxo gastroesofágico. O reduzido número de cáries dos pacientes do grupo 1 pode ser explicado pela pequena prevalência de bactérias (lactobacilos e estreptococos), observada na saliva dos pacientes refluidores crônicos.

Avaliação dos parâmetros salivares de pacientes portadores da doença do refluxo gastroesofágico antes e após tratamento cirúrgico / Evaluation of salivary parameters in patients with gastroesophageal reflux disease before and after surgical treatment

Na doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), o conteúdo gástrico pode retornar ao esôfago e atingir a cavidade oral, acarretando pequeno número de lesões cariosas e elevada incidência de erosões dentais. Sendo a saliva a principal responsável pela homeostase oral, a avaliação dos parâmetros salivares é imperiosa, numa tentativa de explicar este resultado. Os objetivos deste trabalho foram, analisar os parâmetros salivares (fluxo, pH e capacidade tampão da saliva), contagem de bactérias, índice de cárie e erosão dental em pacientes com a DRGE e avaliar o comportamento dos parâmetros salivares antes e após o tratamento cirúrgico dos indivíduos refluidores crônicos. Foram estudados 60 pacientes, sendo 30 com a DRGE (Grupo 1) e 30 controles (Grupo 2). A confirmação do diagnóstico da DRGE foi realizada através de exames endoscópico, manométrico e pH métrico do esôfago, realizados nos pacientes do Grupo 1. A endoscopia digestiva alta revelou esofagite em todos os pacientes, sendo 10 erosivas (33,3) e 20 não erosivas (66,6) e hérnia hiatal em 17 deles (56,6). Os valores pressóricos no esfíncter inferior e superior do esôfago foram 10,75 + 2,42 mmHg e 75,24 + 28,08 mmHg respectivamente. O refluxo gastroesofágico foi observado em 25 pacientes do Grupo 1 (83,3). O exame clínico revelou: erosões dentais: no Grupo 1, 141 faces dentárias com erosão comparado a 4 faces no Grupo 2, sendo a face palatina mais afetada (p<0,001), cárie dentária o Grupo 1 apresentou 41 dentes cariados e o Grupo 2, 156 (p<0,001). Os parâmetros salivares assinalados foram realizados nos pacientes dos grupos 1 e 2. O fluxo salivar estimulado no Grupo 1: 0,75 + 0,29 ml/min e no Grupo: 2: 0,78 + 0,52 ml/min (p=0,80); o pH salivar para o Grupo 1 foi 7,1 + 0,4 e no Grupo 2: 7,0 + 0,4 (p=0,85). A capacidade de tampão salivar dos pacientes com a DRGE apresentou valores mais baixos que nos controles 3,2 + 0,7 e 3,7 + 0,9 respectivamente (p=0,018).

Estudo de alterações na cavidade oral em pacientes com doença do refluxo gastroesofágico / Study in oral cavity alterations in patients with gastroesophageal reflux disease

RACIONAL: A doença do refluxo gastroesofágico, afecção de elevada e crescente incidência, pode se manifestar através de sintomas típicos (pirose e regurgitação) e atípicos (pulmonares, otorrinolaringológicos e bucais). OBJETIVO:Analisar as alterações na cavidade oral de pacientes com a doença do refluxo gastroesofágico. MÉTODOS: Foram estudados 100 pacientes, sendo 50 acometidos por doença do refluxo gastroesofágico (grupo 1) e 50 controles (grupo 2). Todos os pacientes foram submetidos a exame clínico oral e questionário específico, e naqueles do grupo 1, foram realizadas endoscopia digestiva alta e manometria e pHmetria esofágicas. RESULTADOS: A endoscopia digestiva alta demonstrou esofagite em todos os pacientes, sendo erosiva em 20, não-erosiva em 30 e hérnia hiatal em 38. A pressão média no esfíncter inferior do esôfago foi de 11 ± 4,8 mm Hg e no superior de 75 ± 26,5 mm Hg. Em 42 pacientes do grupo 1 (84 por cento) foi observado refluxo gastroesofágico patológico. O exame clínico oral mostrou: erosões dentárias no grupo 1: 273 faces e no grupo 2: 5; dentes cariados no grupo 1: 23 e 115 no grupo 2; abrasão no grupo 1: 58 e no grupo 2: 95; desgaste por atrito: 408 no grupo 1 e 224 no grupo 2. A face dental mais acometida foi a palatina. No grupo 1, 21 pacientes referiam queixas de aftas freqüentes, 35 sensibilidade dentária, 26 ardência bucal e 42 gosto azedo na boca. Naqueles do grupo 2 estas queixas foram observadas em menor número de pacientes. CONCLUSÕES: Os doentes com doença do refluxo gastroesofágico apresentam maior incidência de erosões dentárias, aftas, ardência bucal, sensibilidade dentária e gosto azedo que os controles e menor incidência de lesões cariosas em relação aos controles.

BACKGROUND: The gastroesophageal reflux disease, which has become highly and increasingly incident, may be manifested by typical (pyrosis and regurgitation) and atypical (pulmonary, otorhinolaryngological and buccal) symptoms. AIM: To analyze alterations in the oral cavity patients with gastroesophageal reflux disease. METHODS: One hundred patients were studied being 50 gastroesophageal reflux disease patients (group 1) and 50 controls (group 2). All patients were submitted to an oral clinical exam and specific survey. Patients in group 1 were submitted to upper endoscopy, manometry and esophageal pH monitoring. RESULTS: The upper endoscopy revealed esophagitis in all patients, 20 erosive esophagitis, 30 no-erosive esophagitis and 38 hiatal hernia. Average pressure of the lower esophageal sphincter was 11 ± 4,8 mm Hg and of the upper esophageal sphincter 75 ± 26,5 mm Hg. In 42 patients of group 1 (84 percent) pathological gastroesophageal reflux was observed. Clinical exams revealed: dental erosions in group 1: 273 faces and in group 2: 5 tooth decays in group 1: 23 and 115 in group 2; abrasion in group 1: 58 and in group 2: 95; attrition wear: 408 in group 1 and 224 in group 2. The most damages was the palatine face. In group 1, 21 patients complained about frequent episodes of cankers sores, 35 of tooth sensibility, 26 of burning mouth and 42 of sour taste in the mouth. In group 2 the complaints were observed in lower number of patients. CONCLUSIONS: Patients with gastroesophageal reflux disease present higher incidence of dental erosion, cankers sores, mouth burning sensation, sensitivity and sour taste than controls. Patients with gastroesophageal reflux disease show lower incidence of tooth decays as compared to controls.